Entenda a Reforma Tributária do Consumo
- Marketing | Sped Automation
- 12 de ago.
- 3 min de leitura
O que muda?
Tributos que passarão a existir:
CBS: Contribuição sobre Bens e Serviços (Federal);
IBS: Imposto sobre Bens e Serviços (Estadual e Municipal); e
IS: Imposto Seletivo (Federal)
Imposto Seletivo:
Criado para desestimular o consumo de bens e serviços prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente.
Incide sobre produção, extração, comercialização ou importação de itens definidos por lei.
A partir de 2027, entrará em vigor.
Tributos que deixarão de existir:
PIS/PASEP: Contribuição para o Programa de Integração Social e Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Federal);
Cofins: Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Federal);
ICMS: Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (Estadual); e
ISSQN: Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (Municipal).
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI):
A partir de 2027, terá alíquota reduzida a zero para quase todos os produtos; e
Será mantido apenas para preservar a competitividade da Zona Franca de Manaus.
Reforma Tributária do Consumo: Modernização, Simplificação e Alinhamento às Melhores Práticas Internacionais
A Reforma Tributária do Consumo, atualmente em processo de implementação no Brasil, representa uma transformação profunda no sistema de tributos indiretos. Ela busca simplificar, modernizar e alinhar o modelo brasileiro às melhores práticas internacionais, promovendo maior eficiência econômica, segurança jurídica e competitividade.
1. Objetivos da Reforma Tributária do Consumo
Simplificação: Unificação de diversos tributos (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS) em dois grandes impostos:
IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) — de competência compartilhada entre estados e municípios.
CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) — de competência federal.
Neutralidade: Redução das distorções econômicas, eliminando a cumulatividade e os efeitos em cascata.
Transparência: Maior clareza para consumidores e empresas sobre os tributos incidentes.
Segurança Jurídica: Redução da litigiosidade, com regras mais claras e consolidadas.
2. Alinhamento às Melhores Práticas Internacionais
A reforma adota os princípios recomendados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e outros organismos internacionais:
Modelo de IVA (Imposto sobre Valor Agregado): Amplo, não cumulativo e com crédito financeiro pleno, abrangendo todos os setores da economia.
Princípio do destino com alíquotas uniformes: A tributação ocorre no local do consumo, promovendo justiça fiscal entre estados e municípios.
Base ampla: Reduz espaço para distorções, benefícios setoriais e complexidade na gestão tributária.
Desoneração de exportações: Elimina o resíduo tributário nas exportações, alinhando-se às regras do comércio internacional.
3. Administração Tributária 3.0 e a Nova Era da Fiscalização
A implementação da Reforma Tributária também é uma oportunidade para o Brasil avançar na modernização dos processos fiscais, aderindo ao conceito de Administração Tributária 3.0, que se baseia em:
Digitalização total: A substituição de declarações e obrigações acessórias por sistemas digitais que capturam informações em tempo real.
Compliance colaborativo: A relação entre fisco e contribuinte se torna mais transparente e cooperativa, com incentivo à conformidade espontânea.
Integração de dados: Compartilhamento eficiente de dados entre União, estados e municípios, reduzindo redundâncias e aumentando a eficiência.
Fiscalização preditiva e preventiva: Aplicação preventiva da capacidade de identificar riscos e prevenir fraudes.
Automação de processos: Redução significativa do custo de compliance tanto para empresas quanto para a administração pública.
4. Desafios e Perspectivas
Transição complexa: O período de transição exige adaptação dos contribuintes e dos fiscos.
Capacitação tecnológica: Necessidade de investimentos em infraestrutura tecnológica e treinamento de pessoal.
5. Conclusão
A Reforma Tributária do Consumo representa um avanço histórico para o Brasil, alinhando o sistema tributário às melhores práticas internacionais e preparando o país para a era da Administração Tributária 3.0. Com um modelo mais simples, transparente e eficiente, a expectativa é de um ambiente de negócios mais favorável, com redução de custos, maior segurança jurídica e estímulo ao crescimento econômico sustentável.
Transição
2026
Ano teste da CBS e do IBS;
O montante arrecadado da CBS (0,9%) e do IBS (0,1%) será compensado com o valor devido de PIS e COFINS, no mesmo período de liquidação;
Ficará isenta a arrecadação da taxa de prova da CBS e do IBS, em 2026, para os contribuintes que cumprirem com as obrigações acessórias, conforme a legislação.
2027 e 2028
Cobrança da CBS, que será reduzida em 0,1 (um décimo) ponto percentual - CBS: 99,9%
Extinção do PIS e da COFINS;
Redução a zero das alíquotas do IPI sobre todos os produtos, exceto aqueles que também sejam industrializados na Zona Franca de Manaus (ZFM);
Instituição do Imposto Seletivo (IS): Criado para desestimular o consumo de bens e serviços prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente. Incide sobre: produção, extração, comercialização ou importação de itens definidos por lei.
2029 a 2032
Transição do ICMS e do ISS para o IBS via aumento gradual da alíquota o IBS e redução gradual das alíquotas do ICMS e do ISS;
2029: 10% IBS e 90% ICMS e ISS;
2030: 20% IBS e 80% ICMS e ISS;
2031: 30% IBS e 70% ICMS e ISS;
2032: 40% IBS e 60% ICMS e ISS.
2033
Vigência integral do novo modelo;
Extinção do ICMS e do ISS.
__________
Fonte: Receita Federal
Posts Relacionados
Ver tudoFica revogado o Decreto nº 67.853, de 28 de julho de 2023, que regulamenta as contrapartidas de que trata o artigo 16 da Lei Complementar...
Evento aconteceu no Recife e debateu avanços na consensualidade e soluções inovadoras para evitar litígios tributários. No dia 15 de...
Layout da NFS-e com os grupos "IBSCBS" referentes aos novos tributos incidentes sobre o consumo e suas primeiras regras de negócio. Baixe...
Comments