Arrecadação federal completa dois anos com resultados acima do esperado por analistas de mercado
Análise da SPE sobre a arrecadação de impostos em julho aponta para continuidade da retomada da economia
Publicado em 26/08/2022 15h51 Atualizado em 26/08/2022 15h55
Pelo 24º mês consecutivo, a arrecadação federal ficou acima das estimativas feitas pelo mercado e, segundo o Prisma Fiscal, administrado pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia, as projeções continuam a indicar expectativas de continuidade da retomada da atividade econômica. Esse é o principal destaque da análise feita pela SPE sobre a arrecadação federal em julho, divulgada nesta sexta-feira (26/8) em entrevista coletiva realizada pela Receita Federal.
A arrecadação de julho de 2022 foi 7,6% superior ao projetado pelo mercado, e a diferença absoluta média nos últimos 12 meses está em 9%, informa a SPE. De acordo com a Secretaria, a arrecadação reflete outros indicadores que apontam para uma recuperação do nível de atividade econômica.
O Prisma Fiscal é um sistema de coleta de expectativas de mercado elaborado pela SPE para acompanhar a evolução das principais variáveis fiscais brasileiras, o que faz dele uma ferramenta para o aprimoramento dos estudos fiscais no país. Além disso, facilita o controle social a partir de uma ancoragem das expectativas em relação ao desempenho dessas variáveis fiscais (arrecadação total das receitas federais, receita líquida do governo central, despesa total do governo central, resultado primário do governo central e dívida bruta do governo geral).
Panorama macroeconômico
As estatísticas setoriais e de mercado de trabalho utilizadas para a análise dos impactos da conjuntura econômica na arrecadação federal de julho se referem aos dados divulgados em junho. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de junho é compatível com o ritmo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, conforme o BC. Proxy mensal do PIB, o IBC-BR avançou 0,7% em junho. Em termos anuais, o IBC-Br avançou 3,1%. No segundo trimestre, em comparação com o mesmo trimestre do ano passado, cresceu 3,0%, informou o coordenador-geral de Modelos e Projeções Econômico-Fiscais da SPE, Sérgio Gadelha.
Na passagem de maio para junho, os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que as vendas no varejo recuaram 1,4%, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio; a indústria apresentou recuperação no segundo trimestre, refletindo o ganho de tração da indústria de transformação no período, apesar do recuo em junho (Pesquisa Industrial Mensal); o setor de serviços segue com bom ritmo, crescendo 0,7% na passagem de maio para junho, segunda alta seguida, e acumulando ganho de 2,2% desde março deste ano (Pesquisa Mensal de Serviços), com destaque para o setor de transporte.
Já na passagem de junho para julho, os indicadores de confiança do comércio e dos serviços da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre) apontam para a moderação do consumo de bens em julho. A confiança do consumidor avançou moderadamente em julho, influenciado pelo aumento das expectativas, atingindo 79,5 pontos. O Índice de Confiança de Serviços continuou crescendo: avançou 2,2 pontos em julho, para 100,9 pontos, alcançando o maior nível desde setembro de 2013. Após dois meses de alta, o Índice de Confiança do Comércio recuou 2,8 pontos em julho, para 95,1 pontos, enquanto o Índice de Confiança da Indústria aponta dinâmica positiva no curto prazo, mas com cenário desafiador. O Índice de Confiança da Construção Civil recuou 0,7 ponto em julho, para 96,8 pontos, mas sugere transição positiva para o terceiro trimestre.
Mercado de trabalho
Sobre o mercado de trabalho, a análise da SPE registra que a taxa de desemprego (ou taxa de desocupação) ficou em 9,3% no trimestre encerrado em junho, uma queda de 1,8 ponto percentual na comparação com o trimestre anterior. O número de desempregados recuou 15,6% no trimestre, totalizando 10,1 milhões de pessoas. Isso representa 1,9 milhão de pessoas a menos em busca por trabalho no país, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) contínua divulgados recentemente pelo IBGE. Com a elevação dos salários reais efetivos e da população ocupada, a massa salarial real efetiva tem se expandido.
O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Previdência, confirma, por sua vez, que o ritmo de criação de empregos formais sinaliza um mercado de trabalho forte no primeiro semestre. Segundo o Caged, ocorreu em junho a criação líquida de 278 mil vagas de trabalho formal, com destaque para os setores da indústria e da construção civil.
O estudo da SPE registra ainda que as vendas de veículos iniciaram o segundo semestre em alta, com emplacamentos de veículos atingindo 182 mil unidades em julho, de acordo com dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabravre). Outro indicador apresentado na análise foi o faturamento real, que cresceu em junho, avançando 0,9% em relação ao resultado de maio. Foi o segundo aumento consecutivo, que levou o índice ao maior patamar alcançado pelo faturamento real em 2022, segundo divulgado pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI).
Fonte: Ministério da Economia
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